sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Queimando o Filme! - A Queda

Caros amigos de copo! Infelizmente, depois das última notícias, me sinto obrigado a vir aqui lamentar, em carta aberta desse editor que vos escreve, a saída de mais um ídolo do Flamengo. O maior deles. Zico.

Infelizmente, também, não posso dizer que este seja um filme inédito no meu Mengão. Nos meus mais de 28 anos - dos quais, mais de 26 como rubro-negro - já vi isso acontecer várias e várias vezes no clube. É um sentimento de traição, de abandono, de indignação, saber que esses interesses excusos atropelam a minha paixão e a de mais de 34 milhões de pessoas no mundo. Atropelam como se nós não existíssemos. Por mais que me doa dizer isso, hoje, ser Flamengo é ser traído, ignorado e desprezado. Ser Flamengo é quase um sentimento de amor platônico, tamanha a falta de respeito com a qual as pessoas que controlam o Mais Querido do Mundo tratam a nós, seus torcedores, sua Nação.

Zico, infelizmente, não foi o primeiro. Antes dele, saíram o próprio Petkovic em 2002; Romário em 1999, Renato Abreu em 2007; Júlio César em 2005; Leonardo, que queria encerrar a carreira em seu clube de coração, mas devido à bagunça e ao descaso do Fla, pendurou as chuteiras apenas no Milan, da Itália, em 2002. E esses são só alguns dos quais me recordo de cabeça, sem ajuda do Google. Isso também, sem contar as nossas pratas da casa, que foram, várias vezes, escurraçadas do Flamengo e acabaram arrebentando mundo a fora, como Reinaldo, Adriano, Paulo Nunes, Djalminha, Marcelinho Carioca, Ibson, entre os mais importantes.

Muita gente se pergunta porque o Mengão, cujo um dos lemas é "craque o Flamengo faz em casa", não faz mais jogadores. Faz sim. Só que devido a esses mesmos interesses, eles são vendidos a preço de banana. Lembro que à época da venda do Ibson para o Porto, o clube português pagou quase duas vezes menos pelo jovem volante rubro-negro do que o Bordeaux, da França, pagou pelo até hoje desconhecido Jussiê, do Cruzeiro. Marcelinho e Djalminha foram praticamente mandados embora do Flamengo depois de uma briga com o então craque do time, Renato Gaúcho, em 1993. Sávio idem, depois de uma briga com Romário, em 1997.

Se tantos desses jogadores revelados no Flamengo nos anos 90 não tivessem esse destino, poderíamos ter tido o prazer de ver honrando o Manto Sagrado, um time formado apenas por nossos pratas da casa; um time com: Júlio César, Fábio Baiano (depois Alessandro), Juan, Luiz Alberto e Athírson; Fabinho, Júnior (depois Marquinhos, depois Fábio Baiano), Marcelinho Carioca e Djalminha; Paulo Nunes (depois Reinaldo) e Sávio (depois Adriano). E acredito até hoje que, com este time, e talvez com algumas mudanças, poderíamos ter repetido - ou chegado perto - dos áureos anos 80 do clube, quando jovens formados dentro da Gávea fizeram de todos os estádios que jogaram uma extensão do Maracanã.

É com profunda tristeza e desânimo, que termino esta coluna com umaa frase que li no Twitter de meu amigo, Vinicius "Ninho" Gama, na qual ele diz: "Continuarei Flamengo, mas não posso exercer sabendo que tem gente lucrando com meu interesse". E acrescento: "Lucrando com nosso interesse, nossa raça, amor e paixão, sem ter o menor respeito por qualquer um de nós". E que os céus tenham piedade de nós, torcedores rubro-negros, que não merecemos o abismo para o qual, estes que lucram às nossas custas, parecem estar nos levando a cada nova rodada do Brasileirão.

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