quarta-feira, 10 de novembro de 2010

4ª Sem Gelo - Não Sei Não...

Alô tripulação! Vim aqui hoje sem a menor ideia do que escrever. Pensei em repercutir a possível venda do SBT depois da quebra do Banco Panamericano; ou quem sabe falar de alguma coisa mais séria, como preconceito ou violência; ou ainda sobre as mazelas e coisas mal explicadas do caso Bruno. Mas a verdade é que nada disso me apeteceu hoje. Então, pensei eu enquanto escrevia essas linhas, vou escrever sobre o que, afinal?

A verdade é que não sei. E de não sei, eu entendo muito. Muito mesmo. Desde quando era criança e ouvia uma brincadeira meio sem sentido, talvez de dicção, que dizia:

Eu sei que você sabe / Que o que eu sei, você não sabe / Se eu sei que você sabe / Que eu não quero nem saber.

Até hoje não sei do que se tratava repetir isso. Exercício de lógica, talvez? Sinceramente, não sei. E não sei não é só disso não. Já há algum tempo tenho notado que não sei muitas coisas. Olha só...

Eu já fui casado. Tudo bem, eu era muito novo quando saí de casa, aos 22 anos, imaturo, sem saber nada da vida et cetera. Não deu certo. Achei que era melhor ir embora antes que tudo acabasse em ódio. Não acabou mesmo. Mas também nunca mais falei com ela. Eu já fui jornalista esportivo. Entervistei gente como Gérson Canhotinha - ta bom, esse eu só tentei porque ele fingiu que era outra pessoa no celular; ô cara antipático! Mas falei com Zagallo, Roberto Dinamite, Túlio Maravilha, Felipe Mello, Fabiano Eller, Aílton (ex-Flu e Grêmio), Jade Barbosa, Mariana Brochado, Natália Falavigna, Patrícia Amorim, Tande e alguns outros que devo estar esquecendo. Saí quando o dono do jornal decidiu demitir toda a equipe. Mas meu chefe dizia que eu devia escrever pra uma revista, porque meu texto era muito "cult" e eu não sabia escrever pro povão. E até hoje acho que não sei.

Eu sabia de futebol, mas não consigo entender como o São Paulo do Muricy foi tricampeão Brasileiro sem jogar nada. Me sinto um velho quando falo com um são paulino e digo que time deles que jogava bola era o do Telê, bicampeão mundial. Também não sei como tanta gente baba ovo do Ronaldinho Gaúcho, do Cristiano Ronaldo e, mais recentemente, do Neymar. Pra mim, só fazem firula, igual foca de circo. Craques hoje são Kaká, Sneijder e Ganso. Hoje, nem disso sei mais.

Eu já soube imitar um passarinho com as duas mãos juntas, já soube jogar bola de gude, já soube calcular a distância de um relâmpago de cabeça, e soube até prever chuva pela cor das folhas secas no chão. Eu já soube montar castelos, carros de corrida, naves espaciais e exércitos de robôs com Lego e hoje, mal saberia por onde começar a montar o que vem na caixa, com instrução e tudo. Não me leve a mal. Eu sei de muita coisa que não sabia antes. Sei cozinhar - e muito bem, diga-se de passagem - e também faço drinques ótimos. Sei fazer feira, escolher frutas e legumes. Sei ler em espanhol e italiano. Sei algo sobre filosofia, administração, comunicação, psicologia, informática, história, direito, e uma porção de outras áreas acadêmicas. E sei escrever. Aliás, muito bem, segundo dizem. Mas o que eu mais sei hoje, sabe o que é? Que viver a vida não é se aproveitar dela. Viver a vida é curtir cada sorriso, cada instante, cada olhar e cada segundo. Não como se fossem estes os últimos, muito pelo contrário. Como se fossem os primeiros. Como aqueles que realmente fizeram e fazem diferença na nossa vida. Não sei não, mas é isso ou eu realmente não sei de mais nada...

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