quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Filosofia de Quinta - Amizades Crônicas 1

Alô tripulação! Sejam bem vindos mais uma vez. Hoje, diferente do que tenho feito aqui nas últimas semanas, e até em virtude de não ter mais rodadas cheias no meio da semana nessa reta final de Brasileirão, decidi inovar. Enquanto nossos nobres colunistas estiverem ausentes, durante a semana, às 4ªs e 5ªs, estarei aqui escrevendo uma singela homenagem a alguns de meus amigos. Muitos já pediram isso, e a outros eu prometi e não cumpri. Pois chegou a hora então. Mãos à obra!

Não Há Razão Pra Que O Dia Acabe

Sabe aquela história do amigo para caralho? Então, eu tenho um amigo assim. Cara sempre disposto a ajudar mesmo não concordando em nada. Amigo para o qual não tem tempo ruim, hora ruim, dia ruim ou noite ruim. Um que quando você briga com sua mulher, ele convence a dele a sair de casa só pra ir encher a cara no boteco contigo; e que nem pensa duas vezes pra te arrumar qualquer coisa, seja tempo, ouvido, fígado ou até grana.

Pode parecer estranho dizer isso, mas mesmo conhecendo esse cara há mais 15 anos, foi preciso uma Revelação para nossa dupla de ataque voltar a jogar junta. E nesse tempo, ele já foi de tudo. Já foi Cyro, Cyrus, Cyrola, Cyrilo, Franco, Roberto, e até Stanley. Não importa onde seja o jogo. Quando a gente joga junto, é goleada na certa. Tudo bem que nos campos, faz mais de uma década. Em compensação, na vida, ainda é como Puskas e Di Stéfano, Garrincha e Pelé, Cruyff e Neeskens, Maradona e Careca, Caniggia e Batistuta, Romário e Bebeto, Salas e Zamorano, Edmundo e Evair, e até Bruce e McNight.

Porque quando a gente se junta, não há razão pra que o dia acabe. E a gente é teimoso. Já impedimos vários de acabar. Pode vir sol, lua, chuva... E até o Jack Bauer, com suas 24 Horas. Porque, pra gente, o jogo não termina quando o juiz apita. Termina quando a gente quer. Seja com uma dose de uísque, vodka ou vitae; seja com um copo de cerveja, um cigarro no maço, um charuto; seja com uma esquina, um castelo ou uma Lapa; com um dedo de prosa ou um mistério do séc XV, a gente faz de cada lance da vida uma jogada de ataque, uma tabela, um drible, um passe genial ou um golaço. Tudo no talento! E é tanto que às vezes até nossa torcida reclama, mas a gente já acostumou. Afinal, é muito tempo jogando junto. E na amizade, como nos campos ou na vida, entrosamento é tudo. É por isso que entra ano, sai ano, a dupla continua. Às vezes dando show, outras metendo os pés pelas mãos, afinal, somos humanos. Espera! Será mesmo? Porque, como disse certa vez, amizade assim nem no Céu. E muito menos na família de Caim...

Faz tempo, meu camarada! Já sofremos, já rimos, já bebemos,
mas continuamos aqui. In Memorian. Por nós e pelos que se
foram. A melhor dupla de ataque da vida de todos os tempos.

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