terça-feira, 25 de maio de 2010

Senta Que Lá Vem História - Equipa Brasileña

O meu conceito futebolístico, as premissas nas quais eu sempre acreditei, foram baseadas na tradição e na história. Não que sejam verdades absolutas, porém, aquilo que eu vi, vivi, ou li, é no que eu acredito e comento.

A seleção argentina sempre caracterizou-se por algumas premissas: um goleiro seguro e eficiente, uma defesa sólida, um meio campo combativo, e um ataque formado por um ponta habilidoso e um centroavante clássico. E todo esse time era regido por um maestro, um craque que vestia a camisa 10, e sempre era um dos melhores do mundo.

Já a nossa Seleção sempre se caracterizou por ter uma grande quantidade de meio-campistas e atacantes extremamente habilidosos como seu grande ponto forte. Já a disposição tática, a defesa e o nosso arqueiro, esses, em comparação a força de nosso ataque, e as melhores seleções do mundo, poderia antes ser considerado nosso ponto fraco.

E hoje, às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul, creio que estas seleções trocaram de papeis. Veja se Julio César não é um goleiro seguro e eficiente; se nossos zagueiros Lúcio, Juan e Thiago Silva não estão entre os melhores do mundo; se nosso meio campo mais impressiona pela tática do que pela criatividade; se Felipe Melo não é tão "quizumbeiro" quanto Simeone; se Robinho não é um falso ponta ou segundo atacante "habilidosíssimo', e Luís Fabiano, um autêntico camisa 9? Essa equipe toda regida pelo nosso camisa 10, "perigote" das mulheres, Kaká.

E nossos queridos hermanos? Desculpem-me, mas não dá para acreditar que Romero seja um arqueiro da tradição da Argentina. Na defesa deles, basta voar uma bola aérea para voltar a lembrança do sofrimento da voz do Galvão quando se alçava uma bola na área das nossas antigas defesas. E o meio campo e ataque? Que inveja! Messi, Di María, Agüero, Dom Milito, Higuaín, Tévez, Mascherano – que por mais que seja cabeça de área, é extremamente habilidoso! – e o Mestre Juan Sebástian La Brujita Verón.

O que originou essa inversão de papeis? Eu acredito que a resposta esteja na personalidade do técnico de cada seleção e na maneira como cada torcida sofre suas derrotas. Pois, muitos de nós brasileiros, sempre colocamos a culpa de nossas derrotas em nossos zagueiros, goleiros e disposição do time. Vocês acham que o Dunga, tanto em 90 quanto em 98, ficou puto da vida porque o time não se esforçou mais, ou por causa da habilidade de Romário, Bebeto, Leonardo ou Ronaldo? Não que eles não fossem "raçudos", mas ninguém era "raçudo" como ele! E Dom Dieguito a mesma coisa. Ele nunca deve ter ficado puto com o Simeone pela falta de raça, mas será que nunca desejou que o amigo soubesse bater na bola como Gérson, ou que Kempes tivesse a inteligência de Tostão?

Como já deixei claro no meu post anterior, não me sinto bem com mudanças que vão contra meus conceitos futebolísticos, mas estou profundamente contente com essa Seleção do Dunga. Porém, acredito que nada substitui o talento. E pelo bem do futebol mundial, nessa Copa do Mundo da África do Sul, que vença a Argentina!

Cannigia dribla Taffarel e faz o gol que elimina o Brasil da Copa de 90.
Dunga achou que o time precisava mais de técnica ou de comprometimento?

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