terça-feira, 11 de maio de 2010

Senta Que Lá Vem História - “O difícil, como vocês sabem, não é fácil”.

Geralmente, no ano em que os clubes completam 100 anos, os cartolas prometem grandes conquistas, mas se deparam com o fracasso. E nada melhor do que no título desta singela coluna parafrasear o folclórico Vicente Matheus, ex-presidente do Corinthians, o mais novo centenário fracassado do futebol brasileiro.

Realmente não é nada fácil fazer sucesso no ano do centenário. A primeira lembrança de um clube fazendo festa de seu centenário é a do Flamengo. Lá no longínquo ano de 1995, eu estava começando a acompanhar futebol e só se falava nisso: o centenário do Flamengo. Lembro de ter até um funk que tinha a seguinte letra, “vai Flamengo, balança a rede do adversário; vai Flamengo, comemorando seu 1º centenário”. E eu me perguntava após conferir no meu álbum de figurinhas o número de títulos do Flamengo. Por que cantavam isso se o Flamengo não tinha 100 títulos? Logo depois, é claro, fiquei sabendo que o centenário se referia ao aniversário de fundação do clube.

Pois bem. A diretoria do Flamengo, de início, deu um grande presente à Nação. Romário, maior jogador do mundo na atualidade, campeão do mundo com a Seleção, cria do rival Vasco da Gama. Trouxe também Vanderlei Luxemburgo, técnico bi campeão brasileiro e paulista. E no final das contas, foi o Fluminense, com um gol de barriga de Renato Gaúcho, que saiu de um jejum de 10 anos sem título. Mas a diretoria do Fla não parou por aí. Contratou o melhor ataque do mundo, “Sávio, Romário e Edmundo” – e então a musiquinha que me lembro passou a ser a da paródia de um comercial de TV: “pior ataque do mundo, pior ataque do mundo, para um pouquinho, descansa um pouquinho, Sávio, Romário e Edmundo”. O Flamengo terminou em 21º lugar no Brasileiro, e só não caiu porque só caíam 2 times.

Ano passado, o centenário da vez foi o Coritiba, meu Deus! Terminou o ano na 2º divisão, com o estádio todo quebrado, e com um dos capítulos mais feios da história do futebol brasileiro.

Esse ano, o fracasso já bateu à porta do Timão, que nem chegou a comemorar os tais 100 anos ainda, pois seu presidente havia prometido a inédita Libertadores da América, que já era. Faltou ao Corinthians lembrar outra vez de Vicente Matheus, que disse em outra ocasião. “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”. Deveriam ter sido “aquáticos”, quando perderam para o Fla no Maraca encharcado; e “gramáticos”, quando não fizeram o resultado no ótimo gramado do Pacaembu. Conclusão? Eliminados das 8 Libertadores que jogaram sem ver uma decisãozinha sequer.

Mas será mesmo que o centenário de um clube significa fracasso? Pois bem, eu conheço um clube, que por coincidência mora em meu coração, que no ano de seu centenário, fez estória – ou história, como preferirem – conquistando a tão sonhada Libertadores, mais o Estadual. E não fosse um rapaz chamado Raúl, teria, além da América, conquistado também o mundo. Ah, meu Vasco da Gama! Enquanto a maioria dos torcedores gostaria de nunca ter vivido o ano de seu centenário, eu gostaria de viver o nosso para sempre!

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